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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Ásanas - As Posturas do Yoga




Há muito que se falar dos ásanas, as posturas do Yoga, a parte física, por assim dizer. Existe um vasto material na internet com fotos, animações, nomes em sânscrito, efeitos, contraindicações e assim por diante.

Antes de iniciarmos, um pouco de sânscrito não prejudica ninguém! Além de ser bacana – conhecermos uma língua morta, da mesma forma que o latim – é interessante conhecermos o significado de algumas palavras.

Dessa forma, ásana significa “postura”.

Então, é comum falarmos (por exemplo) “Trikonásana” na aula... O que significa: “postura do triângulo”. Do sânscrito: “Tri” = “Três”, “kona” = “Ângulo” e “Ásana” = “Postura”.

Outros exemplos bacanas:

- Ardha Chandrásana: Ardha = Meia ; Chandra = Lua. Postura da meia-lua;

- Urdhva Mukha Svanásana: Urdhva = para baixo ; Mukha = face ; Svana = cachoro. Postura do cachorro olhando para baixo;

- Adho Mukha Svanásana: Adho = para cima ; Mukha = face ; Svana = cachoro. Postura do cachorro olhando para cima;

- Virabhadrásana: Vira = herói. Virabhadra é um herói da mitologia Hindu, o qual nasceu dos cabelos de Shiva. Postura do Herói (temos as variações I, II e III);

- Natarajásana: Nata = bailarino ; Raj = Rei. Postura do rei dos bailarinos, Shiva. 

- Ustrásana: Ustra = Camelo. Postura do camelo.

- Janusirshsásana: Janu = Joelho ; Sirsh = Cabeça. Postura de levar a cabeça no joelho.

- Matsyásana: Matsya = Peixe. Postura do peixe.

- Surya Namaskar: Surya = Sol ; Namaskar = Saudação. Saudação ao Sol (Sequência de movimentos, temos 3 variações – A, B e tradicional);

- Padmásana: Padma = Lótus (flor). Postura do Lótus;


Os benefícios da prática de ásanas são diversos, tanto no físico – para preparar o corpo e mantê-lo saudável – quanto no energético – para que possamos estar alinhados, confortáveis e com a energia circulando de maneira adequada pelos Nadis (canais sutis pelos quais a energia – o PRANA – flui pelo nosso corpo).

Quanto mais praticarmos ásanas, mais preparados estaremos para os estados mentais propícios para a prática do Yoga, principalmente nos estados de Concentração e Meditação.

Métodos, tipos de sequências e afins:

Existem diversas maneiras de se praticar os ásanas.

As posturas podem promover vários aspectos no corpo, dentre eles: esquentar, resfriar, ajudar na circulação, na concentração e meditação, na recuperação de uma lesão, atuam cura de diversas doenças (ou melhora das mesmas) como depressão, ansiedade, insônia, aumento do desejo sexual, entre outras.

Podemos enfatizar as seguintes práticas ("estilos") de Yoga:

- Hatha Yoga: prática que prioriza a permanência, o estado de quietude na postura;

- Ashtanga Yoga: sequências fixas de ásanas, os quais são praticados fazendo-se cinco respirações em cada postura;

- Vinyasa Yoga: um misto das duas práticas acima;

- Iyengar Yoga: uma prática que prima pelos ajustes perfeitos;


Além dessas, temos outros métodos que foram desenvolvidos ao longo do tempo, como é o caso da SATTVA Yoga, do Gustavo Ponce. A sua base é o Hatha, porém com uma sequência definida de posturas, respirações, kriyas, mudras e bandhas.

Nos livros do professor Hermógenes (Autoperfeição com Hatha Yoga, Yoga para Nervosos) existem diversas sequências (de Hatha Yoga) já prontas para praticarmos, e são específicas (ex.: sequência para aquietar a mente, para fortalecer o joelho, e assim por diante). Existem também sequências de acordo com a fase da vida (criança, adolescente, adulto, idoso) e também com relação ao sexo (alguns ásanas são muito bacanas para as mulheres, principalmente para a Menopausa, regulação hormonal em geral, menstruação etc). Vale a pena conferir os livros desse grande exemplo.

Podemos dividir os Ásanas em diversos “grupos”, por assim dizer:

- Posição do corpo:
  • Em pé
  • Sentado
  • Deitado
  • Invertido

– Posição da coluna:
  • Neutra
  • Flexão Lateral
  • Flexão para frente
  • Flexão para trás
  • Rotação

– Ação sobre os músculos:
  • Braços
  • Pernas
  • Abdômem
  • Costas
  • Pescoço

– Ação para Flexibilidade:
  • Ombros
  • Virilhas e quadris
  • Joelhos


Além dessa parte física, com a separação nos quatro grandes grupos acima, também podemos pensar no ásana como uma “postura” de nós próprios com relação aos acontecimentos e situações que a vida nos trás.

- Qual a postura que devo adotar para cada acontecimento da vida?

- Como me comportar quando as coisas não saem do jeito que eu imaginava?

- Qual minha reação perante as coisas que não controlo?

- Quanto de tensão estou gerando (em meu corpo) quando algo de fora está desconfortável?

Com a prática dos ásanas, podemos extrapolar a prática no “tapetinho” para a vivência social, familiar e assim por diante.

É interessante observar algumas correspondências: se quero encontrar uma solução para um problema (que até então, não consigo visualizar), posso praticar torções, pois elas proporcionam um olhar sob outro ângulo (“torcido”, não natural). Se tudo, em minha vida, parece estar de ponta cabeça, errado, se estou insatisfeito com o meio em que vivo, posso praticar invertidas. Às vezes, observar o mundo de ponta cabeça (quando estamos em um ásana de inversão) é o que pode nos trazer as respostas para questões que colocamos a nós mesmos, naquele momento da vida. 

Esses são exemplos de reflexões que a prática de ásanas pode proporcionar.

Agora, como dizem no Ashtanga Yoga: 99% prática, 1% teoria.

Que a prática seja iniciada !!


Dúvidas, não deixem de entrar em contato. 

Namastê. 

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Yoga, Alimentação e a Maratona de São Paulo 2017


Vista da largada - Parque Ibirapuera

Desde que comecei os treinos para a Maratona Internacional de São Paulo, ocorrida no último domingo (09/04/17), data mais que especial, pois é aniversário da minha querida mãe, eu já não consumia nada de origem animal há um ano e quatro meses, sendo que sou vegetariano há mais de uma década.

Bem, quando comecei com a questão dos treinos, eu já me sentia muito bem, e muitos me perguntavam como eu conseguia fazer treinos de tantos quilômetros sem comer carne? Esse é, certamente, um dos mitos mais interessantes – por assim dizer – que ouvimos por aí.

A questão, apesar de ser um mito (de fato, uma piada), não pode ser deixada de lado. Muitos param de comer carne e, mesmo sem fazer exercícios intensos como treinos para Maratonas, ficam doentes... Mas então, por que? Porque comem de forma errada: quantidades erradas e alimentos escassos, o que ocasiona, por óbvio, falta de nutrientes no organismo.

Para uma alimentação correta, balanceada, faz-se necessário um acompanhamento com alguém que entende do assunto. No meu caso, o que fiz para melhorar MUITO meu rendimento nos treinos, e que certamente me fez conseguir atingir meu objetivo domingo passado, foi a orientação certeira da nutricionista Gláucia Albertoni, que além de ter a formação em Nutrição é Bioquímica é também vegana, like me

As práticas de Yoga, por sua vez, me trouxeram diversos benefícios: fisicamente, preparei meus músculos e estruturas todas (principalmente ligamentos, tendões e articulações) através das posturas (ásanas) e, psicologicamente, fiz o preparo através de respirações, relaxamentos e meditação. Todo esse conjunto da prática é muito completo, o que me deixou muito confiante e preparados para todos os treinos e para a prova final em si. 

Os treinos foram intensos, três vezes na semana, numa planilha maluca de quilômetros a serem cumpridos, para que o meu corpo fosse “levado” a um patamar que o deixasse preparado para a prova final – os quarenta e dois intermináveis quilômetros. Os treinos, somados à prática do Yoga e à disciplina alimentar, fizeram com que eu conseguisse realizar a prova de maneira muito bacana: dizer que não teve sofrimento seria mentira de minha parte, mas a diversão da corrida e os aprendizados que levamos para a vida toda a partir de então, me fazem QUASE esquecer das dores ocasionadas pelo grande esforço. Ao final, eu estava cansado e com dores, mas a resiliência, o emocional, a maturidade, e muitos outros fatores, tornaram-me uma nova pessoa.

Seria, de certa forma, impossível de se transcrever em palavras tudo que senti e aprendi com a realização desse sonho, porém algumas coisas ficaram muito claras para mim:

- Nunca duvide de si mesmo
- Trace seus planos e os siga, NO MATTER WHAT
- Não de ouvidos à torcida, muitas vezes a torcida é contra você
- Cuide de seu corpo, sua saúde física e mental
- Cuide de sua alimentação, é imprescindível
- Sempre que possível, consuma alimentos orgânicos
- Descanse e tenha momentos de “fazer nada”
- Sua vitória depende apenas de você, a responsabilidade do sucesso é 100% sua
- Quando tiver vontade de parar ou desistir de seu sonho, não o faça
- E claro, pratique Yoga! 


A alimentação saudável me permite viver livre das toxinas da carne, dos hormônios e antibióticos e todas as outras porcarias que são injetadas nos animais. Isso colabora não apenas para ter conquistado a marca dos 42 km, como também para seguir minha jornada em liberdade física, mental e espiritual, GOOD KARMA.

Respeito todas as formas de viver (desde que não acarrete problema ao próximo), porém ouvir que “temos que consumir carne...” é algo inaceitável. A informação está disponível a todos e bastam alguns poucos estudos para se entender que isso é meramente fruto da indústria e dos costumes.

Estamos aqui (na Terra) para melhorarmos como seres, e isso implica – além de muitas coisas – em vivermos de maneira harmoniosa com nós mesmos, com os animais, com a natureza.
Sigo a vida, com práticas e treinos juntamente com minha alimentação livre de tudo que seja de origem animal – e minha saúde vai muito bem, obrigado ! 


Eu (exausto) e a mama aniversariante!


Abraços, Namastê !