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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Resultados rápidos e a cultura da pressa




Vez por outra, gosto de ouvir as músicas que eu usava nos meus primeiros “treinos” de corrida, há alguns anos. A primeira delas, durava menos de três minutos e meio – eu não chegava nem na metade da música correndo (tinha que alternar entre corrida e caminhada). 

Após algumas semanas, eu consegui evoluir para uma música com duração em torno de sete minutos – ah, que evolução deliciosa... Quando cheguei em 7 ou 8 minutos, já não precisava alternar caminhada com corrida, portanto eu só corria (sem precisar parar ou caminhar). 

Hoje, passados dois anos do início dos treinos, participo de provas com mais de uma hora (10km ou mais) com certa tranquilidade e, importante destacar, tenho várias playlists muito bacanas para ouvir nos quilômetros a serem transpassados. Mas não me esqueço das primeiras músicas !! 

O que percebo é que as pessoas buscam resultados rápidos para questões que, nem sempre, são possíveis de serem tratadas em curto prazo. A cultura da pressa ficou estabelecida e espalha-se por todos. Muitos perderam a perseverança, o foco e a dedicação para conseguirem algo. 

Exemplo disso é a pessoa que tem determinada dor física por cinco anos e, quando inicia as práticas de Yoga (muitas vezes, por indicação do próprio médico), quer ter sua dor “curada” em poucas aulas. Outro clássico exemplo são pessoas que tomam anabolizantes. Ou ainda aqueles que tomam drogas para obter a fuga da realidade em que vivem, ou sentir o prazer imediato etc. A lista é longa, todos nós podemos enumerar exemplos do tipo. 

Um dos fatores complicantes de se viver na cultura da pressa é que nosso corpo - e até mesmo a própria vida - não funciona assim. Todo processo tem um tempo de início, outro para crescimento, depois maturação, até chegar ao fim (afinal, tudo que é material acaba). 

Para se atingir os objetivos traçados, deve haver preparação, perseverança, reavaliação de conceitos, flexibilidade e tudo que possa contribuir para o caminho a ser trilhado até o objetivo final. 

Observam-se tantas promessas de resultados rápidos: ganhos financeiros incríveis em jogos de azar, investimentos promissores, além das famosas dietas e shakes milagrosos, entre outros. Mas cuidado, a prudência e o discernimento precisam ser exercitados para que decisões corretas sejam tomadas. Só assim o caminho até o resultado a ser alcançado pode ser suave e harmônico. 

O que te move? Quais as ações que você faz diariamente para seguir seu caminho que você mesmo traçou? 

A pior situação é para os que não têm objetivo(s) claros. Estes precisam de uma reavaliação completa de si para traçar um plano, um caminho a seguir. Sem objetivos, todos os dias são iguais, vive-se num passado (ruim) e num futuro que não existe. Os anos passam e nada acontece. É ficar em constante aguardo da tão esperada sexta-feira. É estar na corrida dos ratos, na roda-viva, sem fim.

Não acredite em resultados rápidos. Esforce-se, dedique-se. O melhor caminho não é o mais curto, mas também não precisa ser o mais árduo. Atente-se para a cultura da pressa e não a siga. Lembre-se que a árvore mais forte é aquela com as raízes mais profundas, e isso não se consegue de um dia para o outro. 

Om Shantih. Paz. 

Namastê.