RAZÕES PARA PRATICAR HATHA NA ERA DOS YOGAS DE MARCA
Fonte: http://www.yoga.pro.br/artigos/1172/3058/razoes-para-praticar-hatha-na-era-dos-yogas-de-marca
Acessado em: 18/09/2014.
Como você conheceu a prática de Haṭha Yoga?
Através da indicação de um amigo que a recomendou, no centro Satyananda Niketan, de Montevidéu, no outono de 1982. O Yoga que pratiquei na época, é conhecido hoje como Satyananda Yoga, pois foi ensinado por Swāmi Satyananda, de Almora, Índia. Porém, na época, quando perguntei ao meu professor, Janardhana Zoppolo, que tipo de Yoga nós praticávamos, ele apenas respondeu: “Yoga. Só Yoga”.
Você já praticou outras modalidades de Yoga?
Já fiz práticas de Kuṇḍalinī Yoga, Kriyā Yoga, Mantra Yoga, Bhakti Yoga, Iyengar Yoga e Aṣṭāṅga Vinyāsa Yoga, mas não considero nenhuma dessas “modalidades” como sendo diferentes do Haṭha Yoga, embora a linguagem e as abordagens difiram. Creio que nos dias de hoje há uma grande confusão em relação ao tema dos nomes e modalidades. A recente aparição das marcas registradas no mundo do Yoga só acrescenta mais confusão ainda.
O que lhe atrai nesta prática?
O Hatha Yoga permite muita flexibilidade e liberdade em termos de investigação pessoal. Isso talvez não atraia pessoas em busca de uma doutrina salvadora, mas pode ser útil para quem não tem receio de assumir a responsabilidade pelo seu próprio crescimento pessoal. Também são dignas de menção, como motivações para esta prática, a adaptabilidade e a abordagem não-dogmática, bem como a instrumentalidade e a capacidade de responder às necessidades de cada pessoa de maneira personalizada e eficiente.
Como você acha que essa prática pode ajudar as pessoas hoje em dia?
Dando às suas vidas significado, foco e profundidade. Respondendo às questões mais importantes que um ser humano possa se postular. Num plano mais prosaico, e muito embora esses não sejam mesmo os objetivos do Haṭha, os efeitos colaterais das práticas podem trazer às pessoas bem-estar, saúde, calma e tolerância.
Há um público especial para o qual o Haṭha Yoga seja mais indicado?
Qualquer pessoa que tenha curiosidade pelo autoconhecimento, independentemente do estado físico ou a idade, pode praticar Haṭha Yoga, pois sempre haverá amplas chances de adaptar a prática às características e possibilidades de cada um.
O que você considera uma prática de Haṭha Yoga completa?
Penso que uma prática completa seja aquela na qual estejam presentes pelo menos a maioria dos elementos essenciais do Haṭha tradicional: um mantra invocatório, um tema para refletir, e técnicas como ṣaṭkarma, āsana, mudrā, prāṇāyāma e relaxamento. Nessas técnicas aplicam-se ainda recursos como os bandhas, as ativações de certos plexos e músculos, bem como os dṛṣṭis, as fixações do olhar em determinados pontos. Toda sessão de Yoga deve (ou deveria) concluir-se com uma meditação e um mantra de encerramento. As práticas, em todos os casos pedem igualmente uma complementação didática fora da sala, na forma de leituras, estudos e sessões de perguntas e respostas com os professores para dirimir as inevitáveis dúvidas.
Qual é o conceito fundamental que embasa o Hatha Yoga, qual o seu objetivo e como as técnicas são aplicadas para alcançar esse objetivo?
Há muitas formas diferentes de olhar para a prática do Haṭha, pois este é um nome genérico usado por pessoas diferentes com finalidades distintas. Desde a compreensão que tenho desta prática, baseado no que aprendi com meus mestres e professores, vejo-a como um nididhyāsanam, uma reflexão sobre o Ser ilimitado. Como toda forma de Yoga, o Haṭha tem como objetivomokṣa, a liberdade. Assim sendo, a técnica é secundária e se presta ao número e grau de adaptações que for o caso aplicar. O que importa não é seguir receitar ou se deter em pormenores técnicos relativos ao corpo ou à respiração, mas a atitude com a qual se pratica.
Namastê.
Fonte: http://www.yoga.pro.br/artigos/1172/3058/razoes-para-praticar-hatha-na-era-dos-yogas-de-marca
Acessado em: 18/09/2014.
Como você conheceu a prática de Haṭha Yoga?
Através da indicação de um amigo que a recomendou, no centro Satyananda Niketan, de Montevidéu, no outono de 1982. O Yoga que pratiquei na época, é conhecido hoje como Satyananda Yoga, pois foi ensinado por Swāmi Satyananda, de Almora, Índia. Porém, na época, quando perguntei ao meu professor, Janardhana Zoppolo, que tipo de Yoga nós praticávamos, ele apenas respondeu: “Yoga. Só Yoga”.
Você já praticou outras modalidades de Yoga?
Já fiz práticas de Kuṇḍalinī Yoga, Kriyā Yoga, Mantra Yoga, Bhakti Yoga, Iyengar Yoga e Aṣṭāṅga Vinyāsa Yoga, mas não considero nenhuma dessas “modalidades” como sendo diferentes do Haṭha Yoga, embora a linguagem e as abordagens difiram. Creio que nos dias de hoje há uma grande confusão em relação ao tema dos nomes e modalidades. A recente aparição das marcas registradas no mundo do Yoga só acrescenta mais confusão ainda.
O que lhe atrai nesta prática?
O Hatha Yoga permite muita flexibilidade e liberdade em termos de investigação pessoal. Isso talvez não atraia pessoas em busca de uma doutrina salvadora, mas pode ser útil para quem não tem receio de assumir a responsabilidade pelo seu próprio crescimento pessoal. Também são dignas de menção, como motivações para esta prática, a adaptabilidade e a abordagem não-dogmática, bem como a instrumentalidade e a capacidade de responder às necessidades de cada pessoa de maneira personalizada e eficiente.
Como você acha que essa prática pode ajudar as pessoas hoje em dia?
Dando às suas vidas significado, foco e profundidade. Respondendo às questões mais importantes que um ser humano possa se postular. Num plano mais prosaico, e muito embora esses não sejam mesmo os objetivos do Haṭha, os efeitos colaterais das práticas podem trazer às pessoas bem-estar, saúde, calma e tolerância.
Há um público especial para o qual o Haṭha Yoga seja mais indicado?
Qualquer pessoa que tenha curiosidade pelo autoconhecimento, independentemente do estado físico ou a idade, pode praticar Haṭha Yoga, pois sempre haverá amplas chances de adaptar a prática às características e possibilidades de cada um.
O que você considera uma prática de Haṭha Yoga completa?
Penso que uma prática completa seja aquela na qual estejam presentes pelo menos a maioria dos elementos essenciais do Haṭha tradicional: um mantra invocatório, um tema para refletir, e técnicas como ṣaṭkarma, āsana, mudrā, prāṇāyāma e relaxamento. Nessas técnicas aplicam-se ainda recursos como os bandhas, as ativações de certos plexos e músculos, bem como os dṛṣṭis, as fixações do olhar em determinados pontos. Toda sessão de Yoga deve (ou deveria) concluir-se com uma meditação e um mantra de encerramento. As práticas, em todos os casos pedem igualmente uma complementação didática fora da sala, na forma de leituras, estudos e sessões de perguntas e respostas com os professores para dirimir as inevitáveis dúvidas.
Qual é o conceito fundamental que embasa o Hatha Yoga, qual o seu objetivo e como as técnicas são aplicadas para alcançar esse objetivo?
Há muitas formas diferentes de olhar para a prática do Haṭha, pois este é um nome genérico usado por pessoas diferentes com finalidades distintas. Desde a compreensão que tenho desta prática, baseado no que aprendi com meus mestres e professores, vejo-a como um nididhyāsanam, uma reflexão sobre o Ser ilimitado. Como toda forma de Yoga, o Haṭha tem como objetivomokṣa, a liberdade. Assim sendo, a técnica é secundária e se presta ao número e grau de adaptações que for o caso aplicar. O que importa não é seguir receitar ou se deter em pormenores técnicos relativos ao corpo ou à respiração, mas a atitude com a qual se pratica.
Namastê.
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