Aulas de Yoga e Terapia Ayurveda. Espaço dedicado ao YOGA, escola filosófica da India que nos traz os ensinamentos dos estudiosos hindus. Esses estudos contemplam toda uma gama de conhecimento sobre Filosofia, Saúde, Mitologia, além de abordar as variações dessas maravilhosas áreas de conhecimento, como é o caso das práticas de Yoga e suas variações - Hatha, Ashtanga, Karma, Kriya, entre outras - e seus precursores.
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domingo, 25 de abril de 2010
Impressões
OOOOOOOOOMMMMMMMMMMMMMmmmmmmmmmmm .................
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OOOOOOOOOMMMMMMMMMMMMMmmmmmmmmmmm .................
Foi após 3 "OM" que Schultz e a Maha Satya Sangha começou o Satsang. Realmente, foi um estado mental / energético / espiritual muito forte, virtuoso, harmonioso. Já tinha ouvido falar muito bem dele, acompanhava "os CD's", o site... Mas foi a primeira vez que participei de um evento e posso dizer: é Simplesmente Yoga MESMO !!!
Agora é praticar bastante, cantar mantras, estudar e esperar novos momentos como esse !!!
Namastê,
Hari Om Tat Sat...
Luis Mauricio
sábado, 10 de abril de 2010
SATSANG - MARCO SCHULTZ
Uma ótima programação para o dia 16/04 é o SATSANG do Marco Schultz, o qual ocorrerá em Sampa, no Estúdio Yoga Flow.
- 16 de abril (sexta feira) em São Paulo, SP
Local: Estúdio Yoga Flow
End.: Rua Dina, 100 - Vila Nova Conceição
Hora: 20:15
Mais informações: 11 3849 6857 / 3554 4990
www.yogaflow.com.br
Veja agenda completa em:
http://www.simplesmenteyoga.com.br/conteudo.php?id=21
Namastê,
Luis Mauricio
quarta-feira, 7 de abril de 2010
O que eu sou?
Shri Hastamalakiyam stotram
de Sri Hastamalakacharya
Conta-se que uma vez, o grande mestre Shankaracharya e seus discípulos estavam viajando pela região de Mukambi, no estado de Karnataka, quando chegaram num Shribali agrahara, uma cidade de brâmanes. Lá, encontraram um sacerdote chamado Prabhakara.
Ele era uma pessoa muito bem preparada, versada nos Shastras, com uma bela família e tudo para ser feliz. No entanto, tinha uma preocupação que o deixava infeliz: seu filho, embora com treze anos de idade, não falava, não brincava com as outras crianças nem se comunicava, embora aparentasse ser muito brilhante e saudável. Não ia à escola, comia muito irregularmente e ficava inerte, sem ação, por longos períodos.
Prabhakara levou a criança à presença do mestre, buscando ajuda e conselho. Shankaracharya, dirigindo-se à criança, perguntou-lhe: 'Ó criança! Quem é você? De quem você é filho? Qual é seu nome? De onde você vem? Para onde você vai? Você parece ser atraente, brilhante, e amoroso. Por favor, responda-me, para o meu prazer'.
Pode parecer absurdo falar para alguém que não responde mas, por algum motivo, a criança fala com Shankara. A resposta dada pelo garoto é este texto em quatorze estrofes conhecido como Hastamalakiyam stotram. Basicamente, ele responde não ser um autista (jada), nem um objeto inerte, mas Plena Consciência.
Ele sabe que todas as ações, todos os elementos da criação, tanto no micro quanto no macrocosmos, derivam da consciência, e são pura consciência. Provavelmente, Shankara não esperava que o garoto respondesse. Muito menos, que desse esse tipo de resposta.
Quem ensinou para ela? Na Bhagavad Gita (VI:40), Sri Krishna ensina que qualquer esforço em direção ao autoconhecimento feito em nascimentos prévios, não se perde. Ou seja, que os esforços feitos em vidas anteriores são retomados no mesmo ponto em que foram deixados na existência anterior. Isso explica por que o garoto é tão dotado, e fala de maneira tão clara sobre o autoconhecimento.
O contato com Shankaracharya é uma bênção para o menino. Ele lembra de tudo o que sabia e realizou nas encarnações anteriores. Então, o mestre, dirigindo-se ao pai da criança, Prabhakara, diz que ela não é de nenhuma utilidade na casa, e que gostaria de adotá-lo para que ele pudesse continuar no processo de autoconhecimento. O pai aquiesce, com relutância. O garoto viveu e aprendeu com Shankara e passou posteriormente a ser conhecido como Hastamalakacharya, tornando-se um dos quatro mais importantes discípulos dele.
A palavra hastamala significa 'o amalaki na mão'. Amalaki ou amla é uma fruta ácida, rica em vitamina C, largamente usada na Índia, tanto na culinária quanto em preparados ayurvédicos, como em forma de óleo cosmético para a pele ou o cabelo. 'O amalaki na mão' é uma parábola que explica o brilhantismo da sabedoria do garoto, que explica as coisas de forma tão simples e direta, que o autoconhecimento fica tão acessível quanto uma fruta na palma da mão.
Todos os grandes temas do Vedanta e do Jñana Yoga estão aqui: dharma, autoconhecimento, meios para se livrar do sofrimento, propósitos humanos, etc.
Eu sou atma, o Ser, cuja natureza é a consciência ilimitada, e que é a causa do funcionamento da mente, do olhar e dos demais sentidos, assim como o Sol é a causa das ações de todos os seres na Terra. Contudo, quando não associado com os fatores limitadores [na forma do corpo, a mente e os sentidos], Eu, o Ser, sou como o espaço [que tudo abrange]. 1.
Eu sou o Ser, cuja natureza é a consciência ilimitada, que é eterno e uno [não-dual], cuja verdadeira natureza é a eterna consciência, assim como o calor é a real natureza do fogo. É graças a essa consciência que a mente, o olhar e os demais sentidos (que são, per se, inconscientes), funcionam. 2.
O reflexo de um rosto num espelho não tem existência separada da face refletida. Similarmente, o jiva, que é reflexo do Ser na inteligência, não tem, de fato, existência separada dele. Eu sou esse Ser, que é da natureza da eterna consciência. 3.
Assim como quando o espelho é removido, o reflexo cessa de existir, mas o rosto permanece, similarmente, o Ser existe sem seus reflexos, na ausência da inteligência. Eu sou esse Ser, cuja natureza é consciência ilimitada. 4.
Sendo o Ser livre da mente e dos órgãos sensoriais, ele é o pensar da mente e o olhar do olho. Sua própria natureza não pode ser alcançada pela mente nem pelos órgãos de percepção. Eu sou esse Ser, cuja natureza é consciência ilimitada. 5.
Aquele que é Uno, auto-efulgente, brilha através da pessoa de mente pura. Mesmo brilhando com luz própria, o Ser aparenta ser muitos e variados nos indivíduos, assim como o Sol, que é um só, aparenta ser muitos nos diversos reflexos em diferentes corpos de água. Eu sou esse Ser, cuja natureza é consciência ilimitada. 6.
Assim como o Sol dá a luz para os olhos, sem precisar revelar os objetos para cada olhar sucessivamente [mas a todos ao mesmo tempo], da mesma forma, a consciência única não ilumina as muitas mentes uma a uma, [mas a todas simultaneamente]. Eu sou esse Ser, cuja natureza é consciência ilimitada. 7.
Assim como o olho vê claramente apenas aqueles objetos que são iluminados pelo Sol, mas não aqueles que a luz não alcança, o próprio Sol torna o olho capaz de enxergar os objetos, apenas por que ele é, por sua vez, iluminado pela luz do Ser. Eu sou esse Ser, cuja Natureza é consciência ilimitada. 8.
O único Sol parece ser muitos ao se refletir em diferentes corpos de água. Ele permanece imóvel, mesmo quando as águas se movem. Similarmente o Ser, embora refletido em distintas mentes sempre mutantes, permanece sempre o mesmo, intocado por essas mudanças. Eu sou esse Ser, cuja natureza é consciência ilimitada. 9.
Assim como o tolo imagina que o Sol perde o brilho quando é escurecido pelas nuvens, da mesma forma, aquele que é enganado pela ignorância acredita que o Ser é condicionado. Eu sou esse Ser, cuja natureza é consciência ilimitada. 10.
O Ser que permeia o universo, mas a quem nada pode atingir, que é sempre puro como o espaço, que é livre das impurezas do apego e a aversão, que é imortal, esse Ser, cuja natureza é consciência ilimitada, sou eu. 11.
Assim como, em presença dos objetos, o claro cristal aparenta ser algo diferente do cristal, da mesma forma, você, ó Vishnu, aparenta ser distinto em presença das diferentes mentes. Assim como a lua parece mover-se nos reflexos na água, similarmente, você aparenta movimentar-se aqui [na criação]. 12.
Tradução e apresentação por Pedro Kupfer, baseadas nos ensinamentos de Swami Dayananda.sexta-feira, 2 de abril de 2010
Algumas questões importantes e interessantes
As palavras em vermelho e em parênteses são comentários meus. Não comentei tudo que gostaria para não transformar o artigo cansativo, mas quem quiser conversar a respeito do texto abaixo pode me procurar.
Seguem as questões:
"Por que os resultados de um mesmo tipo de prática variam de pessoa para pessoa?
Por que somos todos diferentes, por que não existem dois corpos idênticos, ou duas mentes que funcionem exatamente da mesma forma. Assim, as mesmas práticas podem produzir resultados diferentes em pessoas diferentes. Há muitos tipos de prática distintos, e precisamos ver qual é o que melhor responde às nossas expectativas, necessidades e preferências.
O que deve fazer aquele que procura somente um trabalho físico, seja alinhamento, alongamento, flexibilidade, fortalecimento, emagrecimento?
Procurar um método centrado nessas técnicas. Não é difícil achar tal sistema, uma vez que a grande maioria das práticas que conhecemos como Yoga hoje em dia estão centradas quase exclusivamente no trabalho corporal.
É possível moldar o corpo e ficar como a Madonna fazendo só Yoga?
Não creio. Existem muitas práticas diferentes de Yoga hoje em dia e é difícil falarmos um só tipo de resultado, pois, considerando seus diferentes efeitos, não podemos colocar todas elas no mesmo patamar. Há práticas relativamente fortes e outras muito suaves. Idealmente, quem busca resultados físicos no Yoga deveria acompanhar esses exercícios de outras atividades aeróbicas que estimulassem o sistema cardiovascular, como caminhada, corrida ou natação, para mencionar apenas algumas, e ainda complementar o trabalho do Yoga com musculação. Porém, cabe lembrar que adquirir um bom estado físico não é o objetivo da prática.
Como saber se a escola ou o professor são bons?
Usando o bom-senso. Visitar uma escola é uma boa ocasião para ver de que maneira se ensina ou transmite o Yoga. Por exemplo, podemos reparar se há algum tipo de ansiedade da parte da pessoa que nos atende para receber o pagamento da mensalidade, ou para nos vender algum livro ou produto que não tenhamos pedido ou não nos interesse. Também, olhar para as pessoas com cuidado, especialmente para o professor, e ver se nos identificamos com a forma de abordar a prática. É bom lembrar da importância da compaixão, que deve estar presente na sala na forma da gentileza, do cuidado com os alunos e do clima de respeito e tranquilidade que deve predominar na sala de prática. Esses podem ser sinais de que não estamos numa escola idônea. Há vários textos sobre este assunto neste mesmo website.
(creio que Pedro quis dizer que "estamos" e não que "não estamos" em uma escola idônea na resposta acima)
Como não me machucar?
Novamente, usando o bom-senso e a capacidade de auto-observação. Sinais como respiração ofegante, palpitação, instabilidade ou tremor excessivo e dores nas articulações, são sinais de que o exercício não está sendo bem recebido pelo nosso corpo. Se o ritmo da prática for rápido ou forte demais para mim, se eu não compreendi exatamente em que consiste um exercício antes de chegar o próximo, se o professor estimular os praticantes a irem para além dos próprios limites naturais ou genéticos, talvez eu esteja na sala de prática errada.
Se eu quiser apenas aprender a meditar ou relaxar, devo fazer Yoga? Ou devo procurar um centro de meditação?
Novamente, isso dependerá do tipo de prática que escolhemos, uma vez que algumas modalidades de Yoga dão muita importância à prática de meditação e outras simplesmente passam longe dela.
(aqui vale lembrar que as verdadeiras práticas de Yoga abordam a Meditação, uma vez que esta é intrínsica à prática do Yoga, ou seja, faz parte naturalmente do que fazemos na prática)
É possível fazer só yoganidra?
Sim. Mas a imensa maioria dos centros de Yoga irão oferecer essa técnica de relaxamento dentro de um contexto que inclui igualmente práticas físicas de diversos graus de intensidade, exercícios respiratórios e/ou meditação, além da referida prática de relaxamento.
Alcançar meu objetivo depende de mim, do meu professor, da escola, do método ou da linhagem de Yoga?
Essa pergunta pode ter diversas respostas, dependendo do ponto de vista de cada linhagem tradicional. Desde a tradição em que pessoalmente estudo e pratico, aprendemos que a consecução do resultado depende exclusivamente da gente. Essa visão, aliás, me deixa tranquilo, pois vejo que não preciso nem devo delegar o poder ou a responsabilidade pela minha própria felicidade a outrem.
O que acontece se a gente não faz a respiração corretamente durante a prática?
Respirar corretamente é essencial, não apenas na prática, mas para viver de maneira saudável. É claro que há uma relação estreita entre a maneira em que respiramos e a paisagem emocional e mental a cada momento. Esse é um caminho de duas mãos. Assim, a uma mente agitada, corresponde uma respiração superficial e insuficiente, e uma mente tranquila se reflete numa respiração longa e profunda. O Yoga ensina algumas possibilidades de respiração ampla e completa que nos ajudam a elaborar uma relação mais profunda com a própria existência. Se a respiração não for feita da maneira adequada, isso pode ser sinal de que a mente continua vagueando distraída.
A. As posturas se repetem nos diferentes tipos de Yoga, mas com diferenças. O objetivo do ásana muda de uma linha a outra? B. Conhecer as particularidades de cada método pode ajudar o praticante a definir melhor sua preferência?
A. É verdade. O objetivo imediato da prática, seja do tipo que for, deveria estar em função de outro objetivo maior, que nem sempre é evidente na sala. Esse objetivo maior é o estado de iluminação ou libertação, chamado moksha em sânscrito.
B. Certamente. Mas essa escolha deveria estar pautada pela própria experiência da pessoa. Ou seja, todos nós deveríamos testar vários tipos de prática diferentes, se tivermos dúvidas sobre qual seria a mais adequada. Algumas pessoas encontram a prática ideal, adequada e correta para elas mesmas logo na primeira aula. Outras, naturalmente, precisam experimentar varias modalidades para ver qual responde melhor a seus objetivos e necessidades. Nessa ordem de coisas, o professor cumpre um papel muito importante, pois a empatia entre o praticante e o professor também é determinante para que o aluno elabore uma relação pessoal com o Yoga e aprenda a gostar de praticar sozinho.
A. Como a experiência física nos ásanas se transforma numa experiência mental e espiritual? B. Há uma movimentação de pensamentos que eu possa observar durante o ásana e aproveitar depois, no cotidiano? Você poderia descrever isso?
A. Em verdade, não há uma transformação de uma experiência física numa experiência espiritual. A experiência física é um palco no qual podemos reconhecer a nossa espiritualidade. Nesse sentido, a prática física é uma espécie de espelho da vida, no qual aplicamos um ensinamento e uma visão peculiares: nós já somos a felicidade que estamos buscando. Esse processo da prática chama-se nididhyásana, ou reflexão sobre si mesmo. É uma forma de aplicar o autoconhecimento na sala, que nos possibilita depois levar esse depois para o cotidiano.
B. Nessa reflexão, aprendemos a observar o fluxo dos pensamentos sem reagirmos a eles. Ou seja, noutras palavras, aprendemos a aceitar a natureza da mente e conviver com ela, sem que os eventuais pensamentos de preocupação, medo, raiva ou tristeza se tornem uma fonte de sofrimento.
De que maneiras um aluno que veio de outra escola, de outro professor ou de outro estilo pode estranhar uma nova aula? Como ele deve encarar essa situação?
Sou da opinião de que em nenhum caso nos devemos forçar. A prática de Yoga deve ser fluida, bem como fluida deve ser também a relação com aquele que nos ensina. Nesse sentido, há muitas abordagens de ensinamento no Yoga e cada professor, querendo ou não, irá colocar algumas questões da sua própria personalidade na prática. A empatia entre aluno e professor é o que, em definitiva, determina se há identificação com um sistema de prática. Alguns professores têm uma abordagem mais compassiva e outros uma atitude mais firme na sala. Eu posso me identificar mais com um ou o outro tipo. Sempre gosto de lembrar de um ditado tibetano que ilustra o meu gosto pessoal nesta questão: “conhecimento sem compaixão vale menos que um monte de estrume”.
Homens e mulheres têm preferências ou aptidões diferentes para diferentes linhagens de Yoga?
Não. O Yoga é para todos os seres humanos, independentemente de gênero, idade, etnia, cultura ou quaisquer outras diferenças.
Dizem que o Ashtanga Yoga é um trabalho físico forte, muito procurado por quem quer ficar forte e bonito. Que tipo de preparo o Ashtanga exige?
Aquilo que está sendo chamando aqui de Ashtanga Yoga, deveria ser chamado em verdade de Ashtanga Vinyasa Yoga, para evitar a confusão entre esse sistema e a escola de Yoga Clássico do sábio Patañjali. A prática de Ashtanga Vinyasa Yoga não é para qualquer corpo. Não recomendaria essa prática para pessoas com fragilidade articular na região lombar, nos joelhos, ombros ou pulsos. Ainda, não recomendaria esse tipo de prática para pessoas que não tenham um ótimo estado físico, independentemente da idade.
(pratico Ashtanga Vinyasa Yoga, tenho meus instrutores e conheço diversas pessoas que praticam, com diferentes "preparos físicos" e idades e posso afirmar que não precisamos de um "ótimo estado físico" como o Pedro coloca acima. Somente temos que ter o bom-senso nessa prática, ou seja, se não conseguir fazer algum ásana por hora, tomar cuidado e continuar praticando. Na verdade, a prática do Ashtanga é que nos dará o ótimo estado físico, e não o contrário!)
Praticantes podem se machucar quando se deixam dominar pelo ego e passam a ignorar os sinais do corpo, como palpitações, desconforto ou instabilidade, que são as maneiras em que o corpo avisa que alguma coisa não está indo bem. Ignorar a esses sinais e a dor que pode aparecer na sequencia é uma péssima ideia, em práticas de Yoga ou em qualquer outra situação. Persistir nessa atitude pode nos levar a sofrer lesões, seja na sala de práticas, seja em qualquer outro lugar.
Em relação à transformação da pessoa, o que define este tema é a abordagem que o professor cultiva na sala: os exercícios que escolhe, as palavras que usa, as atitudes e a maneira em que transmite o ensinamento essencial. O mesmo método pode ser transmitido de maneiras muito diversas.
Qual a diferença do Ashtanga para o Power Yoga? Quem faz um faz outro? Quem gosta de um gosta de outro? Para quem o Power pode ser recomendado?
O Power Yoga é uma adaptação, mais suave e livre do Ashtanga Vinyasa Yoga. Não sendo um método “ortodoxo” no sentido em que é preciso seguir uma série fixa de exercícios, há muita mais flexibilidade nas escolhas e maiores possibilidades de adaptação.
E o Iyengar? Serve para melhorar a postura? Se eu estiver com dor nas costas, devo procurar aulas de iyengar Yoga? O iyengar pode me machucar ou causar desvios posturais?
Toda forma de Yoga físico, independentemente do nome, pode ajudar a melhorar a postura. Dores nas costas podem ter muitas origens distintas. A priori, qualquer forma de prática daquilo que genericamente é chamado de Hatha Yoga pode nos ajudar a melhorar a forma em que vivemos no corpo, e na relação que estabelecemos com ele. Nenhuma forma de Yoga bem praticada iria me provocar desvios posturais.
Já encontrei uma lista enorme de tipos de Yoga. Parece que sempre tem um americano inventando um novo. Existe tudo isso mesmo? Como saber o que é verdadeiro e me proteger das picaretagens?
Existem, grosso modo, dois tipos diferentes de métodos de Yoga: os tradicionais, e os recentes. Porém, isso não significa que todos os tradicionais sejam bons e que todos os novos sejam ruins. Os tradicionais são o Jñana Yoga, o Karma Yoga, o Mantra Yoga, o Kundalini Yoga, o Tantra Yoga e o Hatha Yoga. Métodos que levam o nome de um mestre são, de modo geral mais recentes. Alguns desses métodos estão totalmente conectados com a tradição maior e foram batizados com nomes diferentes para preservar a maneira peculiar em que aquele mestre ensinou, como é o caso do Sivandanda Yoga ou do Satyananda Yoga. Agora, os Yogas novos, surgidos na inércia da moda, que estiverem desconectados dessa tradição maior, não merecem muito crédito nem são recomendáveis. Mas repito, não estou afirmando que todos os Yogas novos sejam ruins. Pelo contrário, algumas dessas formas novas contêm preciosas contribuições de professores da atualidade que enriqueceram muito as práticas tradicionais.
E os demais Yogas?
Há uma lista dessas formas de Yoga e seus efeitos no www.yoga.pro.br, num texto chamado “Que Yoga devo praticar?”
O aluno (que está começando ou pratica sem muita regularidade ou é veterano) consegue entender as diferenças entre essas linhagens?
Há algumas diferenças na abordagem, na visão, na maneira em que se faz a prática das posturas e respiratórios, de escola para escola. No entanto, o objetivo é um só e é isso o que interessa. De modo geral, somente depois de algum tempo é que o praticante começa a perceber essas diferenças, que às vezes são apenas cosméticas (de linguagem, digo) e às vezes bem grandes.
É comum professores misturarem estilos. Isso é bom?
É frequente sim. Pode ser bom e pode não ser tão bom assim, se o professor não souber com que objetivo está fazendo essa combinação, ou se estiver forçando as coisas. O que chamamos “estilo de Yoga” é apenas uma forma particular de praticar, elaborada por um ser humano como os demais. Esse estilo nasce baseado nas experiências únicas daquela pessoa com seu corpo e psiquismo. Cada estilo é, portanto, uma espécie de herança ou legado deixado por um praticante, seja do passado remoto, seja do presente. Quando essas experiências do professor são bem recebidas pelo meu próprio corpomente, eu posso (ou devo) integrá-las com a minha prática pessoal. Creio que uma “mistura de estilos” bem sucedida deveria contemplar essa situação.
A. Uma vez cumprido um objetivo num tipo de Yoga, o que convém fazer? B. E quando a pessoa alcança o aperfeiçoamento físico e/ou espiritual e fica capaz de meditar sem precisar do Yoga... faz sentido continuar praticando? Yoga é para sempre ou é apenas um caminho para alcançar uma meta?
A. Em verdade, a questão seria se, depois de praticar por um período suficiente o Yoga físico (chame-se Hatha, Iyengar, etc), a pessoa passaria para outro nível de abordagem e compreensão do Yoga, dedicando-se ao Mantra Yoga, ao Karma Yoga, o Yoga da ação consciente, ou ao Jñana Yoga, que conduz ao autoconhecimento. Este ultimo é o mais sutil de todos e é aquele que, cedo ou tarde, todo praticante sério e dedicado irá encontrar.
B. Em verdade, depois que a pessoa se estabiliza no estado de Yoga, o Yoga não a abandona mais. Ou seja, Yoga deixa de ser algo que fazemos, para se tornar a consciência daquilo que somos. Noutras palavras, você não pratica o Yoga algumas vezes por semana dentro de uma sala com o acompanhamento de um professor, mas cultiva um estado de consciência chamado Yoga, que se revela na forma da pessoa simples e tranquila que você é, independentemente da vida que possa estar levando, numa metrópole ou onde for."
Boa prática a todos, Namastê,
Luis Mauricio