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quarta-feira, 17 de julho de 2019

Retiro de Inverno 2019 - Recanto Paraíso (Salto de Pirapora/SP)



altar


Quando planejava o Retiro, já sabia que seria sensacional, porque sentia uma vibração incrível no coração. 

Meus agradecimentos aos participantes, que vieram de Santo André, Campinas, Itu e Sorocaba. Agradeço a confiança em meu trabalho e a maravilhosa participação de cada um de vocês durante as vivências! 

Não tenho como agradecer à Família Hernandes, nossos anfitriões, proprietários do Recanto Paraíso - Sr. Milton, Sra. Neusa, Paula e Caio - novamente foi um imenso prazer estar com vocês em mais um Retiro de Yoga. O carinho e o cuidado especial com tudo e todos certamente fizeram com que nosso grau de imersão nas práticas pudesse ser o maior possível, valeu mesmo! 


Paula, Luis, Neusa, Milton e Capitão América


A recepção aos participantes foi descontraída, com muita conversa bacana, gente do Bem, alegre e cheia de vontade de iniciar o maravilhoso final de semana que estava por vir. 


pronto!


friozinho & caldinhos quentes!


Depois de montarmos todas as barracas, fizemos uma sessão de apresentações e explicações sobre nossa agenda dos dois dias. Depois, jantamos maravilhosos caldos quentinhos e seguimos para o Ritual do Fogo Sagrado. Estudamos sobre esse elemento tão importante em nossas vidas, e fizemos uma prática intensa de meditação de transmutação de energias. Tivemos a oportunidade de estudar Meditação com os ensinamentos do Swami Dayananda através de um de seus livros. Foi sensacional preparar a noite de sono com essa vivência tão marcante. 



Ritual do Fogo Sagrado


A noite foi muito gelada e o acampamento foi para os fortes... Aliás, esse foi um dos propósitos do Retiro de INVERNO!

camping


Depois da noite extremamente fria, com uma lua maravilhosa a clarear nosso vasto campo verde, iniciamos o dia com um despertar às 7h, já com prática de Meditação, estudo dos Yamas e Niyamas e Pranayamas e Ásanas.


sala de prática


Ativamos nosso Agni através da prática de Bhastrika e, devido ao frio, fizemos a prática de asanas em dupla, a qual ajudou para sentirmos o delicioso calor humano! Foi muito divertido e gostoso praticarmos cedinho e trocarmos excelentes energias uns com os outros.


yoga em dupla

casal querido


Seguimos, então, para o tão esperado desjejum, e contamos novamente com as delícias do Recanto Paraíso durante o café da manhã - todos ficaram extremamente satisfeitos! O mais bacana é que o pessoal do Recanto tem muita história interessante para nos contar e sempre há a oportunidade de aprendermos sobre diversos assuntos com eles. 


meditação 


Depois de nos saciarmos com as delícias do café, seguimos para a sala de aula na Floresta, e pudemos estudar o Bhagavad Gita, detalhando três de seus dezoito capítulos. Fizemos a leitura e comentei cada capítulo com os participantes, os quais tiveram o entendimento do que é essa nobre canção, bem como saber de seu contexto na Filosofia Hindu e sua importância história, cultural, religiosa, humanitária. Cantamos mantras (com voz, violão e maracá!) e estudamos na mata. Depois, fomos para o tão esperado almoço. 


estudo da Gita

O almoço foi repleto de maravilhas do campo, em sua grande maioria do sítio mesmo. Comemos PANCs e muitas outras delícias, todas livres de qualquer tipo de sofrimento (portanto, certamente foi um almoço vegano) e de agrotóxicos (100% sem veneno). Sucos de diversas frutas do sítio foram preparados com muito carinho. E as pimentas... Ah, as pimentas... Uma mais gostosa que a outra! 


after lunch das garotas


Após o banquete, seguimos para uma caminhada no silêncio, a qual pudemos contemplar os arredores de uma parte da propriedade. Fizemos duas paradas estratégicas: uma no rio, outra no bambuzal. Na primeira, tive alguns insights que tive a chance de dividir com a turma depois, a respeito do fluxo da vida e das "corredeiras" que nos aguardam. Na segunda, entoamos o mantra OM dentro do bambuzal, foi muito interessante. 


cabaça 


Na sequência, fizemos nossa roda de conversa, na qual cada um pode expressar o que sentiu durante as vivências e práticas, bem como abrir o coração com a turma. Foi muito enriquecedor e bonito. 

Para finalizar, dançamos debaixo de um "chapéu verde" de plantas ao som de EDO & JO, com a música Siddhi Buddhi, foi lindo demais! 


dance floor 


Após o Retiro de Inverno 2019, meu coração ficou ainda mais alegre e minha essência vibrou na gratidão e na felicidade. 


Homens da minha vida

Agradeço a todos que já citei e, em especial, aos meus pais, que me dão o suporte necessário e levaram meus queridos filhos para curtirem a finalização com todos. Vocês são muito especiais! 


encerramento


encerramento


Beijos, abraços, Namastê, Ahow e até a próxima! 

Luis Mauricio Fiorelli

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Pranayama - Nadi Shodana

Luis praticando Nadi Shodana

Em sânscrito, língua sagrada da Índia, a palavra Pranayama – que significa “controle da respiração” – é escrita da seguinte maneira:

प्राणायाम

No Ashtanga Yoga de Patanjali (Ashta = oito, Anga = passos), os oito passos até o despertar da Consciência podem ser descritos como:

1-    Yamas (condutas éticas)
2-    Niyamas (purificações)
3-    Ásanas (posturas)
4-   Pranayamas (controle da respiração)
5-    Pratyahara (controle dos sentidos)
6-    Dharana (concentração)
7-    Dhyana (meditação)
8-    Samadhi (contemplação/iluminação)

Tradução da palavra: 

·         Prana: alento, força vital, respiração, energia, vitalidade; e
·         Ayáma: expansão, controle, domínio, retenção, pausa.

Utilizando a nossa respiração, podemos expandir a energia vital (Prana) no organismo.
Segundo o Yoga Sutra, texto de Patanjali que inseriu o Yoga como uma escola filosófica, “Pranayama consiste em controlar o processo de inspirar (shwása) e expirar (prashwása).”

Assim, o quarto passo é essencial para que todos os demais possam acontecer de maneira correta. A respiração é o fio condutor da prática. Sem ela, as posturas são meras performances e não prática de Yoga.

Para se explicar a importância da respiração correta em nossas vidas, faz-se necessário estudarmos, mesmo que de forma resumida, a fisiologia sutil.

FISIOLOGIA SUTIL

A respiração faz a captação do Prana, juntamente com os gases (físicos), portanto isso já seria o bastante. A captação da energia é o que nos mantém vivos. Vamos aprofundar esse entendimento:



Os principais nadis do corpo sutil

A figura acima mostra os principais canais energéticos do corpo sutil: ida, píngala e sushumna (central).

Quando temos uma respiração adequada, promovemos uma boa circulação de Prana por esses canais, os quais passam diretamente pelos principais chakras (centros de energia), como pode ser observado acima. Essa fluidez faz com que tenhamos saúde, ou seja, mantemos o organismo em harmonia consigo próprio e com o meio que interage.

Dica: por isso é tão importante mantermos a coluna ereta durante o dia.

Os nadis “laterais”, por assim dizer, possuem polaridades e características, podendo-se destacar:

Nadi
IDA
PÍNGALA
Polaridade
Negativa
Positiva
Narina
Esquerda
Direita
Hemisfério cerebral
Direito
Esquerdo
Características gerais
Receptiva, passiva, feminina, lunar, visual, emocional. Processos da consciência, internos. Intuição.
Dinâmica, ativa, masculina, solar, verbal, racional. Relaciona-se com os processos físicos, externos. Lógica.

O principal nadi, localizado ao centro, na coluna vertebral, chama-se sushumna e permanece ativo (sem obstruções energéticas) quando os outros (ida e píngala) funcionam em harmonia. 

Ele é de energia neutra, ligado à energia espiritual (ainda mais sutil que todos os demais nadis).

O importante texto intitulado Hatha Yoga Pradipika, Cap. 2, verso 2, nos ensina que:

“Quando o Prana se move, a mente se move. Quando o Prana está imóvel, a mente está imóvel. Mantendo-se a estabilidade do Prana, o praticante de Yoga atinge a estabilidade (mental) e deve assim reter o ar.”

Nesse verso ele mostra o quão importante é o controle do Prana, o qual está intrinsecamente ligado ao controle da mente e, assim, entendemos que podemos controlar o Prana, obtemos também o controle da mente.

Agora vamos para a prática!

Nadi Shodana, a Respiração Polarizada

Execução:

  • Tampar a narina direita com o polegar direito;
  • Inspirar pela narina esquerda;
  • Reter o ar nos pulmões por quatro “tempos” (pode ser uma contagem de segundos, de batimentos do coração, ou de um “tempo” que você determina);
  • Tampar a narina esquerda com o indicador da mão direita e soltar o ar pela narina direita;
  • Inspirar pela narina direita;
  • Reter o ar nos pulmões por quatro “tempos”;
  • Tampar a narina direita com o indicador da mão direita e soltar o ar pela narina esquerda;

Indicação: realizar cinco ciclos ou mais, em momentos de estresse, raiva, pânico, cansaço, insônia, embotamento mental. Pode-se realizar de noite, antes de dormir, para se preparar o sono ou antes de uma prática meditativa.

Pode-se utilizar o vishnu mudrá para a realização desta respiração:



vishnu mudrá

Faça todos os dias que quiser e lembrar. Essa técnica trará equilíbrio, sensatez, tranquilidade. Desfrute de seus benefícios, pratique!

Namastê!

Luis Mauricio Fiorelli

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Yamas & Niyamas

tigela tibetana



Saudações Ióguicas!

Apresentamos abaixo de forma objetiva e sucinta o código de ética e moral, ou Yamas e Niyamas, da escola filosófica Yoga. 

Vamos entender o código dessa prática milenar indiana e saber como aplicá-lo em nosso cotidiano.

Na literatura hindu, o Yoga situa-se dentro dos Smritis, os textos que foram passados através da memória dos sábios.

Quando o sábio Patanjali sistematizou toda uma gama de conhecimentos milenares no chamado Yoga Sutra, aproximadamente no ano de 150 dC, o Yoga tornou-se um dos seis Dárshanas, isto é, uma das seis escolas filosóficas. As outras são Vedanta, Samkhya, Vaishashika, Nyaya e Purva-Mimamsa.

Em seus 196 aforismos, o Yoga Sutra descreve um caminho de oito passos para se atingir o despertar da consciência. Os passos, nesta sequência de execução, podem ser descritos como:

1 - Yamas:
disciplina. É como se harmonizar com os demais seres. São divididos em cinco:
·       
  
Ahimsa: Não-violência, ausência da vontade de matar;
·         Satya: Compromisso com a Verdade, veracidade;
·         Asteya: Honestidade (não roubar);
·         Brahmacharya: controle das energias, o “caminho de Brahman”;
·         Aparigraha: Renúncia ao sentimento de posse, desapego.

2 - Niyamas:
são os princípios do autocontrole. Diz respeito à vida interior do Yogin. São eles:
·       
  
Saucha: Pureza (física e mental);
·         Samtosha: Contentamento, bem estar, gratidão, plenitude;
·         Tapas: auto-superação, esforço sobre si mesmo, disciplina;
·         Svadhyaya: Estudo das escrituras sagradas, auto-observação;
·         Ishvara-pranidhana: Devoção, entrega ao Senhor.

3 - Ásanas: postura firme e confortável;
4 - Pranayamas: controle da respiração;
5 - Pratyahara: recolhimento dos sentidos;
6 - Dhárana: concentração;
7 - Dhyana: meditação;
8 - Samadhi: iluminação.

Juntos, os oito membros conduzem os praticantes para fora do labirinto de suas próprias preconcepções e confusões, levando-os a um estado sublime de liberdade. Isso se realiza pelo controle progressivo da mente (Citta). – Do livro “Uma Visão Profunda do Yoga”, Georg Feuerstein, Cáp. 13.

A partir desse overview, pode-se aprofundar em cada um dos Yamas e Niyamas para um entendimento apropriado.

1 - YAMAS

AHIMSA:
a não violência é o condutor de todos os demais passos. Sem este, o caminho fica “trancado” e não é possível se experimentar os demais. A tradução literal de AHIMSA pode ser “ausência da vontade de matar”, porém esse conceito é de fato mais amplo: baseia-se em não realizar nenhum tipo de violência, até mesmo em pensamento.

SATYA:
o compromisso com a verdade é com si mesmo, e também com o próximo. A Viracidade complementa a não violência porque, em última análise, se uma pessoa mente para a outra, também estará realizando um ato de violência. Veja o que nos traz a literatura yogue:
“Não há virtude mais excelente que a veracidade, nem pecado maior que a mentira”. E ainda: “A veracidade é a forma do supremo Absoluto (brahman)”.

ASTEYA:
não roubar nada de ninguém é fundamental para se manter a harmonia.
Atenção: não precisa ser necessariamente apropriação de dinheiro ou bens. Muitas vezes, as pessoas tomam a ideia de outrém como delas, e essa atitude também se enquadra neste conceito.

BRAHMACHARYA:
controle de todas as energias (físicas, emocionais) e disciplina para utilizá-las. A palavra “charya” significa “caminho” e “Brahman” é o criador. Assim, seria o “caminho de Brahman”, ou como me portar de forma correta em todas as situações.
Alguns entendem como “castidade”, mas ampliando-se a visão, esse conceito pode ser entendido como “fidelidade sexual”, ou seja, caso o(a) praticante tenha um(a) companheiro(a) sexual, que fique apenas com esse – mesmo em pensamento.

APARIGRAHA:
desapego, a renúncia para que o Ego não seja alimentado. Os bens materiais podem despertar o apego e o sentimento de posse. Os praticantes de Yoga preferem cultivar a simplicidade voluntária. Dessa forma, a mente não se distrai e a prática não tem interferências.
Nota: Aparigraha não significa “não ter mais nada” ou “não comprar mais nada”. Porém está muito ligado ao conceito de FRUGALIDADE, ou seja, ter apenas o essencial para a vida.


2 - NIYAMAS

SAUCHA:
essa palavra significa “limpeza”, e esta deve ser interna (mente, sentimentos, emoções) e externa (corpo físico).
Para a limpeza externa, faz-se necessário alimentação saudável e higiene pessoal. Já a interna, pode-se utilizar ferramentas como a Concentração (Dhárana) e a Meditação (Dhyana).

SAMTOSHA:
Contentamento... Agradecimento sincero sobre a pessoa que é (si mesmo) e a todas as coisas que já se tem na vida (família, amigos, trabalho, bens materiais etc).
Seria como uma gratidão real e profunda sobre si mesmo, para com todos os demais seres e também com tudo que existe, com aceitação por tudo e todos da maneira que são.

TAPAS:
disciplina, autosuperação. A prática de Tapas leva o praticante a se superar, utilizando para isso de jejuns, “exercícios” com grau elevado de dificuldade (ex.: ficar em pé por vários dias), fazer silêncio formal, dentre outras. A ideia é que se produza calor (energia) e possa usar a mesma para a diluição do Ego.

Simples exercícios de Tapas:
·        -  Acordar e dormir nos mesmos horários todos os dias;
·        -  Realizar algo que tenha dificuldade (escolha algo simples no início);
·        -  Deixar de consumir alimentos nocivos e que, por vezes, tem em seu cardápio;

SVADHYAYA: baseia-se no estudo das escrituras sagradas, podendo aqui seguir o que cada um entende por “sagrada”. Assim, você pode utilizar a bíblia cristã, o bhagavad-gita dos hindus ou qualquer outro livro sagrado que você tenha afinidade.

ISHVARA-PRANIDHANA:
essa entrega ao Senhor. Você faz sua parte e, depois, entrega para que a Vida se encarregue do restante. Aqui, também há uma ideia de “todo”, do “Uno” do Universo, assim, pode-se entender que tudo está conectado, não existe separação.


Espero que tenha aproveitado a leitura. Até a próxima ! 

Namastê, 

Luis Mauricio Fiorelli.


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

DHARMACAST - Filosofia Hindu



Pessoal,

Agora temos um canal específico para as audio-aulas !!

Segue o link: YOGA SOROCABA no YOUTUBE.

Podem ouvir quantas vezes quiserem, compartilhar, deixar comentários e sugestões.

Ativem as notificações, logo mais novos audio-aulas para vocês !!

Abraços, Namastê,

Luis Mauricio.